sexta-feira, 8 de julho de 2011

Os Segredos da Memória nas Lutas, Artes Marciais e Modalidades de Combate

   Trabalhar com o corpo humano exige muito estudo, disciplina e Amor. Amor ao Ser Humano, acima de qualquer coisa! Afinal, diante de um organismo tão complexo, pouco desvendado e em constante evolução, precisamos de muita dedicação para estudá-lo constantemente, muito, sempre, a fim de conseguirmos realizar nosso trabalho da melhor forma possível. Estudando, encontrei o artigo que dá nome a este post, escrito pelo professor e escritor Leandro Paiva. O artigo foi publicado originalmente na revista on-line Fisiculturismo. Tomei a liberdade de reproduzí-lo em nosso blog porque é totalmente pertinente ao conteúdo do mesmo.
    Aproveitem!!!

Taekwon!!! ;D

   A memória é diretamente influenciada pelas emoções. Quando a informação é mais impactante e consideramos isso, ocorrem processos fisiológicos que reforçam o processamento e armazenagem dessa informação

  


Revista online (newsletter)
Edição de junho de 2011
Leandro PaivaPor Leandro Paiva (leandropaiva@prontopraguerra.com.br)
Professor de Educação Física
Autor do livro Pronto pra Guerra

Página: http://prontopraguerra.blogspot.com



Segredos da memória em lutas   Em outro artigo neste blog, abordei aspectos interessantes sobre retenção de técnicas e sua aplicação para ampliar o repertório técnico-tático de lutadores.
Um periódico jornalístico semanal publicou reportagem especial sobre os segredos da memória, na qual considero como mais relevante, o fato de a matéria ter sido baseada em artigos científicos recentes e entrevistas com cientistas renomados em neurociência, responsáveis por tentar desvendar a natureza da mente humana.
Pelo que apurei, foram apresentadas diversas informações úteis, que podem ser adaptadas para retenção de técnicas e "melhorar" (e entender melhor) a memória, "ajudando" a guardar na mente: técnicas, posições e/ou sequências motoras utilizadas nas Lutas, Artes Marciais e Modalidades de Combate.
Algumas dessas informações já eram conhecidas e, inclusive, publiquei no livro "Pronto Pra Guerra". Por outro lado, outras são inéditas e podem ser bem aplicadas em qualquer área além das lutas como, por exemplo, concurso público ou vestibular. A seguir apresentamos a síntese do que consideramos de maior relevância:
1) A memória é diretamente influenciada pelas emoções. Quando a informação é mais impactante e consideramos isso, ocorrem processos fisiológicos que reforçam o processamento e armazenagem dessa informação;
2) A memorização é um processo desgastante para as células e, por isso, a mente tende a não armazenar informações irrelevantes;
3) A memória pode influenciar a criatividade e a inventividade. Além de atributos físicos, um atleta de alto rendimento pode se destacar, pois consegue utilizar a emoção para manipular imagens visuais, auditivas, táteis ou olfativas previamente armazenadas na memória;
4) Novas experiências vivenciadas (e novas emoções), podem alterar exercícios e outras informações já armazenadas na memória;
5) Para ajudar a memorizar uma técnica ou sequência de golpes, devem ser intercalados a aprendizagem com períodos de descanso, sempre que possível, retornando à prática da técnica ou sequência, com intervalos crescentes. Exemplo: Retornar à prática após um dia, uma semana, um mês, etc;
6) Exercícios aeróbios aumentam o volume de massa cinzenta em regiões do cérebro relacionadas a memória. Em outro artigo neste blog, já havia alertado que foi verificado que lutadores possuem maior volume de massa cinzenta do que indivíduos normais. Vale ressaltar que o Judô, Jiu-Jítsu, MMA, Boxe, dentre outras lutas, são modalidades predominantemente aeróbias;
7) Excesso de informação prejudica a memorização. O cérebro deve ter tempo para processar cada informação. Desse modo, é contraproducente querer transmitir ao lutador muitas técnicas de uma vez só ou sem que haja tempo hábil para armazenar cada uma delas individualmente;
8) Quem dorme bem lembra mais. O sono (e os sonhos) tem papel relevante na consolidação de memórias.

Leandro Paiva

Referência:
Schelp, D. A conquista da memória. Revista Veja, edição 2.147, ano 43, n.2, 13 de Janeiro de 2010.

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